Equidade de gênero nas organizações: entenda porque o assunto deve ser abordado nas empresas

Equidade de gênero nas organizações: entenda porque o assunto deve ser abordado nas empresas

As discussões sobre pautas de diversidade, equidade, inclusão e políticas contra a discriminação já fazem parte da rotina de muitos negócios. A busca pela equidade de gênero nas organizações, por exemplo, tem ganhado bastante força no universo empresarial.

Afinal, a luta por condições mais justas de trabalho, convivência e representatividade impacta diversos setores. Embora muitas melhorias já venham acontecendo, as mulheres ainda representam pequena parcela dos cargos de liderança, recebem salários menores em comparação aos dos homens na mesma função e lidam com o questionamento constante sobre suas decisões.

Para entender melhor a importância da equidade de gênero nas organizações, continue a leitura!

Por que lutar pela equidade de gênero nas organizações?

Você sabia que 55% das mulheres têm empregos na economia informal? Segundo o site ONU Mulheres, dados, de 2018, da Organização Internacional do Trabalho mostram que o trabalho informal representa 42% do emprego feminino, enquanto simboliza apenas 20% do emprego masculino.

Pensando nisso, não podemos reativar a nossa economia de forma duradoura se mais da metade da força produtiva e criativa permanecer em empregos mal remunerados e de baixa qualidade, sem acesso à tomada de decisões.

Além do mais, nos moldes da nossa sociedade é comum que a mulher assuma o trabalho doméstico e de cuidado aos familiares, ampliando a jornada produtiva.

Referente às questões do lar, o estudo “Mulheres no local de trabalho 2020”, da agência McKinsey & Company, aponta que as mães têm três vezes mais probabilidade de serem responsáveis pela maior parte do trabalho doméstico.

Esse aspecto reflete em concepções sociais, argumentos para a não contratação ou não promoção de mulheres e no desgaste físico e psicológico dessas pessoas.

Divisão das tarefas domésticas entre os gêneros

Em um cenário em que as mulheres são socialmente associadas aos deveres domésticos, o Brasil ainda persiste apresentando uma relação de desigualdade entre os gêneros sobre o assunto.

Segundo pesquisa “Viver em São Paulo – Mulher”, desenvolvida pela Rede Nossa São Paulo, 52% dos homens acreditam que existe equidade na divisão das tarefas domésticas entre a população masculina e feminina. No entanto, a análise das respostas de entrevistadas demonstra que apenas 39% das mulheres apresentam essa perspectiva.

Além disso, em relação à percepção sobre cuidados com os filhos, a pesquisa indica que a menor parte do público feminino entende dividir as tarefas com os pais com igualdade. Entre as entrevistadas, apenas 37% afirmaram repartir as responsabilidades da mesma forma.

Para a coordenadora da pesquisa, Fernanda Feijó, por exemplo, essa realidade incentiva as mulheres a aceitarem condições de menor valorização, em troca de jornadas mais flexíveis. “A complexidade de ser executiva e cuidar da casa aumenta as chances de as mulheres aceitarem salários mais baixos”, ela afirma.

Como a diversidade influencia na equidade de gênero?

Apesar dos vários avanços nesse aspecto, a atuação e a remuneração femininas se mantêm, no geral, bem abaixo da de colegas do gênero masculino.

Do assédio moral ao sexual, das palavras de baixo calão às piadas depreciativas, as mulheres sofrem, muitas vezes caladas, em ambientes majoritariamente masculinos.

Naturalmente, essas situações tendem a diminuir em um ambiente diverso, que prioriza a igualdade representativa de gênero. Quanto mais diversas forem as pessoas, com base exclusiva na equidade profissional, menos força terão comportamentos discriminatórios, machistas e misóginos.

Além disso, é comprovado que ambientes de trabalho diversos, respeitosos e igualitários contribuem para uma cultura de engajamento, inovação, troca e resultados.

Qual a diferença entre igualdade e equidade?

Embora sejam termos muito semelhantes e que causam confusão quanto ao significado, igualdade e equidade trazem propostas bem distintas.

O termo igualdade diz respeito ao tratamento igual para todos os membros dentro de um grupo, sem considerar suas especificidades.

Quando falamos de equidade, por outro lado, temos a promoção de oportunidades iguais para todos os membros desse grupo, considerando suas necessidades e particularidades.

Impactos no futuro

As escolhas que a sociedade e as organizações fazem hoje farão uma enorme diferença nas próximas décadas. Um ótimo exemplo de inclusão foi dado por uma das engarrafadoras do refrigerante Coca-Cola. A Solar Coca-Cola é uma empresa que possui mais de 11 mil colaboradores alocados em 09 fábricas e 34 centros de distribuição.

Segundo a revista Você RH, a empresa planeja implementar na unidade de Vitória da Conquista (BA) uma linha de produção composta inteiramente por mulheres. Criadora do projeto #EuIncluo, a Solar Coca-Cola está se mobilizando para fazer a transformação e levar a força de trabalho feminina para o mundo corporativo.

Chegamos ao final deste artigo! O que falta para você fazer da sua empresa um lugar mais diverso e inclusivo? Para construir economias mais justas e sustentáveis, que funcionem bem para todos e beneficiem a sociedade em sua totalidade, devemos nos atentar para a importância das pautas de gênero e tantas outras que nos cercam.

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Autora
Equidade de gênero nas organizações: entenda porque o assunto deve ser abordado nas empresas
Autora convidada
Amanda é graduanda em Letras – Tecnologias da Edição no CEFET-MG. Apaixonada por literatura brasileira, teatro e MPB.
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