Linguagem neutra e linguagem inclusiva: como usar nas empresas?
Provavelmente, você já ouviu falar sobre os debates que têm acontecido na sociedade em relação ao uso da linguagem neutra e da linguagem inclusiva. Substituições como “mig@s”, “amigxs” e “amigues” são cada vez mais frequentes, principalmente nas redes sociais e entre o público mais jovem.
Essa tendência, que já é discutida há algum tempo pela sociedade e por pessoas que estudam as linguagens, está cada vez mais presente em todos os espaços. E na comunicação corporativa e nas ações do RH não poderia ser diferente.
Contudo, há maneiras diferentes e mais adaptáveis à norma padrão para adequar a nossa língua falada e escrita. Gramaticalmente falando, é possível ter uma comunicação que inclua e respeite a todas as pessoas e grupos. Mas, primeiro, é preciso entender cada um desses termos. Vamos lá?
O que é linguagem neutra?
A linguagem neutra, ou não binária, é aquela que busca desvincular a língua das classificações de gênero, propondo, no português, alterações na conjugação e na escrita padrão das palavras.
Já parou para refletir que você quando se refere ao Sol usa o masculino e a Lua usa o feminino? Assim é na língua portuguesa. Isso acontece pois ela funciona com a marcação em pronomes, artigos e outros.
Afinal, diferentes idiomas ao redor do mundo apresentam abordagens distintas em relação aos marcadores de gênero, o que revela, para além da fala, traços culturais desses locais. Idiomas como o turco e o finlandês, por exemplo, não apresentam marcação de gênero em pronomes e substantivos.
Já o inglês é considerado neutro, pois apenas os pronomes pessoais se distinguem pelo gênero, mas o restante da linguagem é universal. O português, por sua vez, tem marcadores em toda a sua estrutura.
Por isso, existe um movimento para que a língua portuguesa se adeque a um padrão que contemple a todas as pessoas, independentemente de como se identificam – como binárias ou não binárias. Desse pensamento, vem surgindo novas denominações, como “Elu/ Delu”, e formas de expressar, como “amigues” ou “querides”.
O que é linguagem inclusiva?
A linguagem inclusiva é aquela que busca romper com traços culturais sexistas e tornar a comunicação mais justa, de forma a permitir uma expressão que não exclua nem invisibilize grupos, mas sem propor alterações no idioma.
Para isso, basta optarmos por uma comunicação mais universal, como dizer, quando fizer sentido:
- “a todos e todas”, em vez de “a todos”;
- “procura-se pessoa com formação em engenharia”, no lugar de “engenheiro”;
- “corpo docente”, em vez de “professores”.
Agora que você já entende a necessidade de uma linguagem que contemple às diferentes pessoas e grupos, vamos falar sobre como as ações do RH da sua empresa podem ser mais respeitosas, diversas e inclusivas.
Linguagem inclusiva no RH
O RH das empresas é responsável por garantir a satisfação e o bem-estar dos colaboradores. Mas, mais do que isso, é o setor que cuida para que todas as pessoas se sintam ouvidas e representadas dentro da organização.
Por isso, é ideal que o RH das empresas adapte a maneira com que se comunica. Para isso, deve estar acordo com as tendências comunicacionais e as pautas sociais em voga durante um certo período.
As transformações do RH podem impactar desde os e-mails corporativos até a divulgação de vagas disponíveis na empresa. Isso resulta, no médio prazo, em um espaço mais diverso e inclusivo, que acolhe diferentes pessoas, histórias e ideias. Além disso, é interessante observar que, até mesmo, o perfil das pessoas que se candidatam a ações pode mudar.
Divulgação de vagas e formas de se expressar
Como escrevemos e falamos tem influência direta em como as pessoas recebem uma mensagem. Para ilustrar isso, propomos um exercício de reflexão:
- uma vaga apresenta a seguinte chamada “procura-se engenheiro”;
- a segunda traz como frase principal “procura-se pessoa com formação em engenharia”
Em qual delas você acredita que o número de mulheres a se inscrever foi maior? Muito provavelmente na segunda, não é? Afinal, como a primeira oportunidade foi anunciada, já molda um imaginário predominantemente masculino. Já a outra, condiciona uma percepção mais geral, apenas pelo uso do termo “pessoa”.
Outro ponto interessante a se observar é a linguagem não-verbal. No mesmo exemplo acima, como você imagina a imagem de divulgação? Possivelmente, com um homem como protagonista. Por isso, até mesmo na linguagem não verbal é preciso se atentar e trazer maior representatividade nas ações de comunicação.
Esperamos que este texto ajude você e a sua empresa a entender como se expressar de forma mais respeitosa, bem como a compreender as diferenças entre linguagem neutra e linguagem inclusiva. Para saber mais sobre o assunto, faça o download gratuito do nosso glossário completo com palavras e expressões para não usar mais!