Mulher no mercado de trabalho: como eliminar o preconceito de gênero?
Já não é novidade dizer que o mercado de trabalho, assim como outros segmentos da sociedade, está em constante mudança. Alguns fatores influenciam diretamente nessas transformações, como as reestruturações familiares, os fatores socioeconômicos e as crises sanitárias — COVID-19. O que gera impacto no protagonismo feminino!
A inserção da mulher no mercado de trabalho é um dos resultados dessas mudanças sociais. Afinal, com a industrialização e o avanço econômico da sociedade, os meios de produção precisaram se adaptar. Porém, esse processo não aconteceu de uma hora para outra.
A presença feminina nos ambientes corporativos se deu a pequenos passos — e até hoje é possível perceber algumas dificuldades. Isso porque, apesar das oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho, ainda há disparidades entre a sua participação e valorização profissional.
Por isso, é importante que as empresas se mobilizem para eliminar o preconceito de gênero nas organizações. Pois, só assim, será possível construir uma sociedade mais justa e igualitária. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura!
Mulher no mercado de trabalho e valorização profissional: qual a diferença?
Mais do que contratar mulheres para a sua organização, é preciso garantir a sua valorização profissional. Isso significa zelar pela equidade de gênero no tratamento, na oferta salarial e de benefícios e nas oportunidades de ascensão de carreira.
Atualmente, segundo dados do IBGE, obtidos por meio do estudo “Estatísticas de gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil”, quando olhamos para os cargos gerenciais e de liderança, eles são majoritariamente ocupados por homens. A pesquisa revela 60,9% de presença masculina e apenas 39,1% feminina.
Além disso, em pesquisas anteriores, dados mostram que dentre a população de 25 anos ou mais, com ensino superior completo, as mulheres são 23,5% e os homens 20,7%. Porém, mesmo que o estudo aponte que o nível de escolaridade das mulheres é melhor, elas ainda são maioria em posições menores na hierarquia corporativa.
Outro ponto importante a ser considerado é que, segundo matéria publicada no site do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, “mulheres sofrem mais assédio moral que os homens, inclusive de outras mulheres”. Isso traz sérios danos à sua saúde mental e acontece devido aos pensamentos machistas ainda presentes em nossa cultura.
Você ou a sua equipe reproduzem comportamentos machistas? Descubra!
Alguns comportamentos inadequados foram naturalizados com o passar do tempo. Porém, a sociedade está em busca de debater e melhorar atitudes e pensamentos que podem ferir o outro em sua dignidade, oportunidades e, até mesmo, segurança física e psicológica.
Inclusive, existem condutas que podemos reproduzir sem sequer perceber os preconceitos que reverberam! Alguns exemplos são a reprodução de frases como:
- “ela deve estar de TPM”;
- “está na menopausa”;
- “você conseguiu fazer isso mesmo sendo mulher”;
- “isso não é coisa para mulher fazer”;
- “tinha que ser mulher” (quando algo dá errado), entre outras.
Além disso, outras situações podem constranger a mulher em seu ambiente de trabalho. Dentre elas, ser interrompida constantemente em seu momento de fala, ser corrigida em sua própria expertise (mansplaining) ou ter suas ideias invalidadas são as mais frequentes.
Sem dúvida, essas ações contribuem para a prática do preconceito de gênero nas empresas. A boa notícia é que, cada vez mais, a sociedade tem buscado fornecer e consumir mais informações sobre o tema. Isso contribui para embasar o debate, a fim de mudar essas iniciativas, até então, normalizadas em nosso meio.
O que fazer para minimizar o preconceito de gênero nas organizações?
Se você reconheceu algum comportamento listado acima como algo que você já fez ou ainda faz, não se preocupe! Como explicado, alguns comportamentos estão no “modo automático”. Ou seja, estão enraizados nos costumes e práticas diárias e, mesmo sem perceber, podemos reproduzir.
Porém, se você se interessou pelo artigo e, principalmente, o leu até aqui, certamente está buscando conhecimento para aprimorar suas ações. E esse é um bom primeiro passo para a mudança!
Buscar instruções é um caminho seguro e já temos um rico material para estudar o tema. A nossa dica de leitura é o livro “Dicionário machista: Três mil anos de frases cretinas contra as mulheres —Dicionário por Salma Ferraz”. Nele, a autora aponta frases machistas ditas por personalidades de todo o mundo.
Outra dica é a prática! Após se conscientizar desses comportamentos que ferem a dignidade da mulher é hora de erradicá-los de vez da sua vida. Praticar a empatia, o respeito e a igualdade certamente é algo que contribui para a formação de um ambiente de trabalho amistoso e saudável para todos e todas!
Espero que tenha gostado do conteúdo! Caso queira saber como tornar a sua empresa ainda mais diversa, respeitosa e inclusiva, recomendamos o glossário “Palavras e expressões para não usar mais!”. Até a próxima!