Reskilling: a arte de desaprender e aprender de novo
Você sabe o que é reskilling? Essa capacidade tornou-se a chave para o crescimento e prosperidade dos profissionais no mundo corporativo.
Isso porque, a revolução digital vem transformando o mercado de maneira profunda e acelerada, exigindo uma adaptação constante.
E é essa necessidade de adaptação no ambiente de trabalho que ganha o nome de reskilling. Nesse cenário, colaboradores que conseguirem acompanhar as mudanças ao seu redor — desaprendendo e aprendendo de novo — terão mais destaque no mercado.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue com a gente!
Aqui, você entenderá a importância do reskilling no meio empresarial e a sua relação com as diferentes gerações, bem como o papel dos líderes no processo. Vamos lá?
O que é reskilling?
Traduzindo o termo, reskilling significa requalificação. Ou seja, trata-se de um processo de gestão de pessoas cujo objetivo é requalificar os talentos a partir do desenvolvimento profissional.
Para determinada pessoa, por exemplo, isso pode significar aprender novas habilidades para atuar em uma área diferente da sua. Essa capacidade de se adaptar e adquirir novos conhecimentos permite uma evolução ágil e contínua em sua carreira.
Já para a empresa, esse é um momento de identificar possibilidades de desenvolvimento para os funcionários, realocando-os para uma nova função, por exemplo, por meio de treinamentos.
Qual a importância do reskilling para o futuro corporativo?
Diante de um cenário competitivo e de mudanças cada vez mais rápidas e frequentes, o desenvolvimento e o aprendizado contínuo são essenciais para a evolução de um negócio.
Em um estudo feito pela McKinsey & Company, cerca de nove em cada dez gestores já sofreram com a escassez de habilidades em algumas profissões. Além disso, aproximadamente 87% das empresas ainda não têm o talento que vão precisar no futuro.
Ao investir na conquista de novas habilidades, as companhias se mantêm atualizadas e os funcionários se sentem mais valorizados, proporcionando um crescimento sustentável.
Veja, abaixo, outros benefícios do reskilling para as organizações.
- Demonstra a valorização do capital humano diante das inovações tecnológicas.
- Permite reduzir custos com novas contratações, requalificando e retendo os próprios talentos.
- Propicia o aumento do engajamento dos funcionários e, como resultado, diminui a taxa de turnover.
- Promove o crescimento profissional e melhora o desempenho da empresa como um todo.
- Colabora com a adaptação de diferentes gerações no trabalho.
Qual a relação do reskilling e o conflito de gerações?
Sabe aquela tia ou o avô que sente muito orgulho de ter passado a vida profissional inteira em apenas uma empresa? Esta é a Geração X, que está cada vez mais escassa no mercado de trabalho.
A próxima, chamada de Geração Y, já muda drasticamente essa visão. Nesse momento, a individualidade, a conquista pelo “topo” — o quanto antes — e a adaptação à tecnologia são as características predominantes.
E a Geração Z? Como os jovens nascidos na era digital lidam e, principalmente, como vão lidar com suas profissões?
Ao inserir todas essas gerações no ambiente profissional, a capacidade de aprender, desaprender e aprender de novo demonstra uma forte condição de adaptabilidade e absorção de conhecimentos.
Afinal, essa interação geracional proporciona uma rica troca de experiências e perspectivas.
Os profissionais mais experientes podem aprender com a agilidade e a adaptabilidade dos mais jovens, enquanto estes podem se beneficiar da sabedoria e da experiência acumulada ao longo dos anos.
O profissional do futuro
O profissional do futuro é aquele que não apenas abraça a mudança, mas a promove ativamente. A crescente busca por talentos capazes de executar multitarefas é notória entre as empresas.
O colaborador que tiver a capacidade de trabalhar e ser eficiente em várias atividades terá seu merecido destaque (e essa adaptação é uma constante na Geração Z).
O que antes era comum escutar “aqui sempre fazemos assim”, agora, nas conversas de “corredor”, o que mais se ouve é “ok, vamos testar outra coisa?”.
Afinal, empresas que adotam essa mentalidade estão à frente da inovação e prontas para enfrentar qualquer desafio que o futuro traga.
Além disso, as novas gerações buscam sucesso por meio de grandes mudanças. Para isso, as transformações precisam ser profundas, conjuntas e sustentáveis.
Daí a necessidade de deixar verdades e convicções antigas e engessadas para trás e aprender com a velocidade com que o mundo vem exigindo.
Quais as diferenças entre reskilling e upskilling nas empresas?
Vale a pena mencionar a diferença entre reskilling e upskilling. Afinal, o segundo conceito também está ligado ao desenvolvimento.
Mas o que o difere de reskilling é que no “up”, como o próprio nome sugere, há uma qualificação na própria área de trabalho que um profissional já está inserido.
Com esse aprendizado, espera-se que o talento consiga agregar mais valor ao seu próprio trabalho. Já na requalificação, a expectativa é que o colaborador consiga exercer uma função nova que, até então, não tinha nenhum ou pouco domínio.
Quais as estratégias mais eficazes de reskilling para líderes de RH?
Sabemos que as lideranças de RH devem zelar pelo desenvolvimento contínuo das pessoas na empresa em que atua (de forma individual e coletiva). Por esse motivo, elas exercem um papel essencial na aplicação das ações de reskilling.
Mas implementar essa prática com sucesso nas empresas exige planejamento estratégico e colaboração. Nesse sentido, separamos algumas dicas eficazes que podem te ajudar. Veja a seguir!
Entenda as necessidades de reskilling
De antemão, a primeira estratégia é entender as necessidades do programa no seu negócio.
Para isso, realize uma análise abrangente das habilidades atuais e futuras necessárias em sua organização. Do mesmo modo, identifique as funções e áreas que enfrentarão maiores mudanças com a evolução tecnológica.
Ao final do artigo, você encontrará ainda algumas abordagens que podem facilitar a identificação dessas necessidades. Continue a leitura e saiba mais!
Mapeie as competências
Mapear as hard e soft skills dos profissionais, bem como as competências exigidas para cada cargo em um cenário futuro, é outro passo importante para um reskilling eficaz.
Portanto, colabore com os líderes de departamentos e elenque as habilidades que precisarão ser aprimoradas ou adquiridas para o progresso da empresa.
Escolha o método adequado
Com as informações obtidas anteriormente, fica mais fácil identificar por qual(is) área(s) e funcionário(s) começar.
Contudo, ainda é preciso definir o método do aprendizado, como cursos em instituições de ensino parceiras ou programas de treinamento e desenvolvimento organizacional.
O ideal aqui é escolher aquele que melhor atenda às necessidades da companhia e alinhe aos objetivos e expectativas do colaborador.
Monitore e faça as melhorias necessárias
Outra estratégia para a aplicação do reskilling é acompanhar a evolução das pessoas e a eficácia das ações e, a partir disso, realizar as melhorias necessárias no processo. Para isso, você pode estabelecer métricas claras e/ou solicitar feedbacks dos participantes.
Aposte na cultura de aprendizado contínuo
Por fim, é fundamental que as lideranças promovam uma mentalidade lifelong learning em toda a organização, destacando a importância do reskilling para o sucesso individual e organizacional.
Isso pode ser feito por meio de reconhecimentos ou recompensas por engajamento significativo no processo.
5 práticas para identificar necessidades de reskilling
Como vimos, identificar as necessidades de reskilling dentro das empresas é uma etapa crucial para o sucesso do desenvolvimento.
Pensando nisso, trouxemos algumas abordagens práticas para ajudar você a avaliar e atender adequadamente essas necessidades em suas equipes. Confira!
- Comunicação aberta: para entender as percepções e pontos de desenvolvimento de cada funcionário, bem como discutir desafios e aspirações de carreira.
- Avaliação de desempenho: para identificar lacunas de habilidades e competências que podem ser abordadas no reskilling e conhecer as necessidades de áreas específicas.
- Feedbacks das lideranças: para coletar informações sobre o desempenho e as competências dos seus times e, com isso, identificar áreas em que o processo pode ser benéfico.
- Pesquisas internas: para obter informações diretas dos colaboradores sobre as habilidades que sentem necessidade de aprimorar.
- Análise de tendências: manter-se atualizado sobre as tendências e mudanças que podem afetar a empresa, principalmente acerca das novas tecnologias.
Chegamos ao final deste artigo e, como vimos, o reskilling se tornou uma necessidade para os negócios, diante das constantes mudanças do mercado.
Ao permitir aos talentos a possibilidade de aprender, desaprender e aprender de novo, as empresas elevam sua competitividade e moldam o seu futuro com confiança.
E você? Já conhecia o conceito de reskilling? Como você vê essa relação de novos aprendizados no ambiente profissional? Para ficar por dentro de outros conteúdos sobre liderança, gestão de pessoas e desenvolvimento, assine nossa newsletter!